24 de nov. de 2015

Você se veste de maestro
para reger o trânsito
desorientando os carros.

Eu vejo você assim,
de pinguim.

Eu também me lanço de barriga no asfalto.
Vamos deslizar no gelo da cidade
até derreter o último sorriso.

As buzinas não param.

Nossas batutas agora são varinhas mágicas
transformando todos os carros em abóbora.
Abóboras plantadas no engarrafamento são mais belas.

A avenida Presidente Vargas agora toda tomada por abóboras,
reivindicando seu direito ao baile.

De repente, uma chuva de sapatos sobre a Baía de Guanabara.
Milhares de sapatos são arremessados da Ponte Rio-Niterói,
porque é muito mais gostoso dançar descalço.

É verdade, eu estava lá.
Arremessei um par de sapatos rosa com salto de madeira,
muito bonitos.

Eu jamais deixaria de colaborar
com uma plantação de sapatos no fundo do mar.

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